![]() O PROFETA
Ele parecia ter enlouquecido Com uma Bíblia aberta na mão Vestido de preto, paletó e gravata Gesticulava chamando a atenção - O fim do mundo já se aproxima Gritava – vejam o que diz o Senhor, Arrependei-vos dos vossos pecados Dai glórias ao Deus Salvador Sol inclemente castigava a praça Mas ele seguia com o seu paletó Com veemência dirigia palavras A qualquer passante que julgasse pior Não há justos nem puros, só pecadores Quem não houve a palavra há de morrer No fogo do inferno vão todos queimar Apressem-se todos, venham se arrepender Alguns riam, outros até debochavam Mas ele, juiz, condenava sem dó - O vosso destino é o fogo do inferno Todas as maldições cairão sobre vós. Fiquei pasmo procurando entender O estreito limite entre a loucura e a fé Um pobre homem teleguiado Achando-se profeta de um rito qualquer.
Ribeirão Preto – SP, 24.02.2011, 11h00min.
Agamenon Almeida
Enviado por Agamenon Almeida em 09/04/2012
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