BRASIL - UM POTE DE MEL
Uma gigantesca batalha está sendo travada no tenebroso e escuro quarto dos donos do mundo.
De um lado a China, estendendo os seus tentáculos milenares com a força de um dragão, vem, desde 1997, comprando toneladas e mais toneladas de ouro, para formar lastro e tornar a sua moeda conversível nas negociações internacionais, enquanto no mesmo período as reservas americanas reduziram-se drasticamente.
Estados Unidos tentando estancar a sangria que míngua a cada ano o "staf" dos seus antigos aliados, em especial os árabes, grandes produtores de petróleo. Um grande esforço foi desenvolver tecnologias para retirada de petróleo das rochas de xisto, que embora caras, compensavam desde que o petróleo se mantivesse na casa dos $ 50,00 a $80,00 dólares o barril, o que minimizaria sua dependência por esse combustível fóssil.
O desaquecimento da economia global e a jogatina especulativa dos mercados, fizeram com que os árabes encontrassem "o cenário perfeito" para levarem o petróleo para a faixa de $ 30,00 dólares o barril, espalhando pânico e o medo nos mercados, e inviabilizando economicamente as tecnologias para retirada de petróleo das rochas de xisto americanas e areias betuminosas do Canadá.
O que resta?
O pré-sal brasileiro.
E é ai que China e Estados Unidos travam um titânica batalha nos subterfúgios do poder mundial.
Sabedores de que o petroleio ainda reinará absoluto pelos próximos 30 anos, e que tanto China como Estados Unidos não tem como substituir as inumeráveis matérias primas advindas do petróleo, tentam de todas as formas garantirem o suprimento deste para o avenço e ou preservação de suas economias.
Embora a tecnologia do pré-sal brasileiro seja cara para os padrões árabes, que podem vender petróleo por até $ 10,00 dólares o barril e ainda assim lucrar, as enormes reservas do pré-sal já estão em produção e com um petróleo de ótima qualidade.
A atual crise da Petrobrás, mostra claramente onde os gigantes estão atuando.
Antes, porem, vamos ver onde estão as pimentas da feijoada, onde orelha de porco não entra.
• Os Estados Unidos invadiram o Iraque porque Saddam tinha armas químicas? Não. O motivo real era a venda de petroleio pelo Iraque, sem usar o "Dólar Americano" como moeda.
• Os Estados Unidos derrubaram Muamar Kadafi na Líbia porque este financiava os terroristas? Não. O motivo real era que Kadafi estava vendendo petróleo sem usar o "Dólar Americano" como moeda.
• Quando países e pessoas compram muito ouro, é porque não acreditam no valor das moedas.
• China e Inglaterra já realizam suas transações comerciais em "Yuan" (moeda chinesa) e em "Libra Esterlina" (moeda inglesa).
• A China vem substituindo por ouro, o bilionário lastro de reservas que tinha em dólares, com títulos do Tesouro Americano, e que financiava indiretamente o insustentável deficit do Governo dos Estados Unidos, em torno de $ 17.000.000.000.000,00 (dezessete trilhões de dólares).
• Não é sem motivos, que vários analistas preveem uma crise sem precedentes, em um mundo mergulhado até o pescoço em um mar de dólares.
E é neste cenário que se insere os interesses pela Petrobras, já que a situação dos árabes tende sempre a piorar, no milenar conflito entre árabes, judeus, sunitas, xiitas, al queda e agora o estado islâmico.
Vamos ao jogo:
A China realiza bilionários empréstimos à Petrobras em troca de petróleo para as suas empresas; assina acordos para a realização de obras para a abertura da rota para o Pacífico, diminuindo custos e tempo das viagens para os portos da Ásia, deixando de passar pelo caríssimo canal do Panamá (diga-se: americano).
Os Estados Unidos, através dos grandes fundos de investimentos, realizam bilionárias compras de ações da Petrobras, favorecidos pelas midiáticas notícias que provocam pânico entre os pequenos investidores locais. Usam também o velho método de derrubar governos e instalar os seus apadrinhados, na esperança de ver as imensas reservas de petróleo da Venezuela e do pré-sal brasileiro, nas mãos das petroleiras americanas, garantindo assim, suprimento farto, no cenário conturbado que se avizinha.
Quando a grande catástrofe do dólar se estabelecer, só a certeza do suprimento da ainda principal matéria prima do mundo, o petróleo, garantirá as mínimas condições para os gigantes sobreviverem.
É nos subterfúgios da batalha entre o Dragão Chinês e a Águia Americana, que se escreve o destino de um "POTE DE MEL", chamado BRASIL.
Há precedentes na história, mas estamos fadados a repetir e de maneira ainda mais trágica.
Ando desconfiado de que tem muita "bucha", mas está faltando "canhão".
Quem viver, verá.
Agamenon Almeida
Poeta e Escritor
De Galveston/Pasadena, Texas, USA, em 05.03.2016
Agamenon Almeida
Enviado por Agamenon Almeida em 20/03/2016